quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
sábado, 26 de janeiro de 2013
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
"O Brasil não é racista"
PM dá ordem para abordar ‘negros e pardos’
Instrução de comandante de batalhão se baseou na descrição de vítima de assalto em bairro luxuoso
Thaís Nunes
Desde o dia 21 de dezembro do ano passado, policiais militares do bairro Taquaral, um dos mais nobres de Campinas, cumprem a ordem de abordar “indivíduos em atitude suspeita, em especial os de cor parda e negra”. A orientação foi dada pelo oficial que chefia a companhia responsável pela região, mas o Comando da PM nega teor racista na determinação.
O documento assinado pelo capitão Ubiratan de Carvalho Góes Beneducci orienta a tropa a agir com rigor, caso se depare com jovens de 18 a 25 anos, que estejam em grupos de três a cinco pessoas e tenham a pele escura. Essas seriam as características de um suposto grupo que comete assaltos a residências no bairro.
O documento assinado pelo capitão Ubiratan de Carvalho Góes Beneducci orienta a tropa a agir com rigor, caso se depare com jovens de 18 a 25 anos, que estejam em grupos de três a cinco pessoas e tenham a pele escura. Essas seriam as características de um suposto grupo que comete assaltos a residências no bairro.
A ordem do oficial foi motivada por uma carta de dois moradores. Um deles foi vítima de um roubo e descreveu os criminosos dessa maneira. Nenhum deles, entretanto, foi identificado pela Polícia Militar para que as abordagens fossem direcionadas nesse sentido.
Para o frei Galvão, da Educafro, a ordem de serviço dá a entender que, caso os policiais cruzem com um grupo de brancos, não há perigo. Na manhã de hoje, ele pretende enviar um pedido de explicações ao governador Geraldo Alckmin e ao secretário da Segurança Pública, Fernando Grella.
O DIÁRIO solicitou entrevista com o capitão Beneducci, sem sucesso. A reportagem também pediu outro ofício semelhante, em que o alvo das abordagens fosse um grupo de jovens brancos, mas não obteve resposta até o fim desta edição.
via Maria da Penha
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
domingo, 20 de janeiro de 2013
O neoliberalismo sob o olhar da Psicanálise e do Direito
A doutrina do Liberalismo surgiu no século XVII, como alternativa para libertar os cidadãos da opressão de monarquias totalitárias que não separavam Estado de religião. Era uma reinvenção da cidadania. No século XX, nos deparamos com um chamado NEOliberalismo, que pouco se assemelha ao original. Nesta entrevista, o psicanalista Agostinho Ramalho Marques Neto analisa o tema sob uma ótica multidisciplinar, misturando Psicanálise, Direito, Economia e Política. Ele é membro do Núcleo de Direito e Psicanálise da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e mestre em Ciências Jurídicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). Também é autor do livro "A ciência do Direito - conceito, objeto, método".
O programa Justiça do Trabalho na TV é produzido pela Assessoria de Comunicação Social do TRT de Santa Catarina.
O programa Justiça do Trabalho na TV é produzido pela Assessoria de Comunicação Social do TRT de Santa Catarina.
Voices United for Mali
A cantora maliana Fatoumata Diawara acabou de lançar uma canção para pedir paz para o Mali. A canção "Mali-ko" foi criada à guitarra pela própria Fatoumata Diawara e mais de 40 artistas juntaram-se a ela. Entre eles, estão os nomes mais relevantes da música do Mali, como Oumou Sangaré,, Amadou e Mariam, Toumani Diabaté, Bassekou Kouyate, Vieux Farka Touré (filho de Ali Farka Touré), Djelimadi Tounkara, Arby Khaira, Mady Diabaté Kasse ou, entre muitos outros, Salah Baba. Juntos são "Voices United for Mali". "Mali-ko" foi gravada em três dias.
"Esta é a nossa arma, com a qual viajamos ao redor do mundo para defender a dignidade deste país em relação à sua história", afirmou Fatoumata Diawara, à rádio France Inter. Em declaração à AFP, a cantora sublinhou que os "malianos estão muito preocupados porque estão a perder o próprio país" e lembrou que nas regiões do Norte aumentam as violações e as agressões às mulheres. Há ainda outro facto chocante. Os extremistas que dominam o norte do país decretaram a proibição total da música, seja tocada ou simplesmente ouvida. "Eles querem impedir-nos de fazer música, sabendo que a música á a alma do Mali", comentou Fatoumata Diawara. A situação já tinha sido denunciada em novembro passado por Baba Salah, um outro músico maliano. "No norte do Mali, a música é como oxigênio e agora não podemos respirar", disse, ao Washigton Post.
leiam também:
via Sarrabulhada
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
Escultura com palitos de dente
Nota: Scott Weaver é um escultor maluco e genial de São Francisco, levou 35 anos para construir esta representação de prédios da cidade com mais de 100 mil palitos de dentes. Para vídeo clicar AQUI
domingo, 13 de janeiro de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
Os Mosqueteiros da Ética
Folha: Dilma trata de risco de apagão que está descartado
Enviado por luisnassif, ter, 08/01/2013 - 22:15
Autor:
Luis Nassif
É complicado esse malabarismo para não admitir a "barriga" jornalística.
A Folha noticiou a reunião de emergência, supostamente convocada pela Dilma Rousseff para tratar do risco do racionamento. Era uma reunião normal da Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que ocorre todo mês. Autoridades, empresários do setor (como o presidente da CPFL) descartaram o risco de racionamento.
Mas como não se podia admitir a "barriga", comete-se esse primor de malabarismo. O título afirma que Dilma tratou de risco de apagão. A matéria inteira diz que não existe o risco de apagão. Se não existe o risco, a discussão foi sobre um não-fato?Leia mais »
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
O governo precisa dar à crise o seu nome
O governo precisa dar à crise o seu nome
por Saul Leblon
A mídia tanto insiste em confundir que às vezes até setores progressistas parecem acreditar.
Mas é preciso ficar claro: o nome da crise é capitalismo e não esquerda; não PT - ou governo Dilma, como quer o jogral embarcado nas virtudes dos livres mercados, os mesmos que jogaram o planeta no pântano atual.
A esquerda tem sua penitência a pagar nesse banco de areia movediça. Mas uma coisa é diferente da outra.
O conservadorismo não tem agenda propositiva a oferecer, exceto regressão à matriz do desmazelo atual.
A esquerda ainda lambe feridas, espana a rendição neoliberal que acometeu - ainda acomete - segmentos e lideranças importantes de suas fileiras, aqui e alhures.
Mal ou bem, no entanto, ensaia um debate sobre a alternativa à desordem capitalista.
Deve acelerar o passo porque a história apertou o seu: a restauração conservadora avança no vácuo progressista.
A preparação do V Congresso do PT, que acontecerá em 2014, é a oportunidade para que isso ocorra no Brasil de forma organizada. Com convidados de dentro e de fora do partido. De dentro e de fora do país. E cobertura maciça da mídia alternativa, a contrastar o bombardeio de veículos sempre alinhados às boas causas democráticas.
O conservadorismo aposta no imobilismo progressista.
Seu futuro nutre-se da expectativa de erros, omissões e hesitações que a esquerda e o governo possam cometer na travessia do passo seguinte da história.
É esse o combustível da histeria udenista encampada pelas togas.
Não é outro o motor do terrorismo econômico midiático.
A pauta deste ano ano pré-eleitoral é a tese de que vai dar tudo errado na macroeconomia do governo Dilma.
O tambor ecoa sem parar.
O Brasil é um fracasso. Bom é o México, com presidentes saídos diretamente de uma engarrafadora de Coca-Cola, a prometer mais e mais reformas amigáveis.
A mídia isenta ergue palanques feitos de semi-informação.
Na desastrada década do PT, o Brasil elevou sua participação no PIB da América Latina de 26,8% , em 2001, para 46,6% em 2010. Recorde em 20 anos.
A participação mexicana no PIB regional regrediu o equivalente a 13 pontos no período.Ficou em 21,5% no ano passado.
Governos coca-cola aniquilaram direitos trabalhistas dos mexicanos, enquanto no Brasil de Lula o valor real do salário mínimo saltou 70% na década.
Bom é o México.O malabarismo às vezes desconcerta.
Nesta 5ª feira, na Folha, Clóvis Rossi lamenta: justamente quando Chávez está à beira da morte, seu legado econômico e social faz da Venezuela o país menos desigual de sua história.
O ideal seriam as exéquias conjuntas do homem e do modelo. Assim: " Para azar da Venezuela, o agravamento do estado de saúde do presidente coincide com o melhor momento da economia em todo o reinado de Chávez: a redução da pobreza, marca indiscutível do período, se acentuou no ano passado. São pobres, agora, 21,2%, queda de cinco pontos sobre os 26,5% de 2011; a inflação, um dos fracassos do chavismo, caiu de 27,6% em 2011 para 19,9%; o rendimento real dos assalariados, já descontada a obscena inflação, subiu 3,1% no ano passado; 4 milhões de empregos foram criados nos anos Chávez, reduzindo o desemprego a 6% em 2012".
É constrangedor.
No Brasil, o governo do PT -- sua 'ingerência estatal, a gastança populista'-- recebe o mesmo carimbo de estorvo.
Ele, não a desordem neoliberal; o PT, não o legado de um capitalismo indigente. Não o miserê estrutural que precisou do Bolsa Família para levar comida a 50 milhões de pessoas.
Quando o governo acerta, o veredito midiático é peremptório: é só um hiato entre dois fracassos.
Segue-se a lógica adversativa do meteorologista charlatão: o tempo está firme, mas só porque ainda não choveu. E vice-versa.
O Brasil precisa decidir se quer ser o México ou a Venezuela, diz o bordão do jornalismo de economia, que está para as redações assim como a coleira para o cachorro.
Tradicionalmente ele pauta os latidos da turma que tange o debate nacional no dispasão da eficiência plutocrática.
A mesma endogamia levou o país tres vezes ao FMI nos anos 90; quebrou a espinha da indústria com uma abertura selvagem; rifou o contrapeso estatal vendendo empresas públicas estratégicas; criou um Estado mínimo a machadada, poupando a raspa do tacho disfuncional. Colosso devidamente elogiado e festejado pelos que hoje festejam o México e abjuram a macroeconomia de Dilma.
O governo tem muito a ganhar se as forças progressistas afrontarem os uivos dessa matilha.
Acerta a presidencia do PT, por exemplo, quando Rui Falcão identifica no monopólio midiático um torniquete a obstruir o debate emancipador do desenvolvimento.
Erram os progressistas e o governo ao não nominarem as variáveis políticas em jogo na disputa pela agenda macroeconômica.
A cizania ideológica tem sido respondida por Brasília de forma frequentemente tecnocrática, gaguejante, quase envergonhada.
Atrasos enervantes nos cronogramas dos grandes projetos de infraestrutura constituem o principal lubrificante da sirene ortodoxa.
Por que o governo não encampa e aprofunda a radiografia sobre as causas da 'ineficiência estatal'?
Nos anos 90, o Estado brasileiro foi redesenhado e calcificado institucionalmente. Um anti-Leviatã feito não funcionar.
Dissolveu-se a iniciativa pública do desenvolvimento num cipoal de interditos, terceirizações, decepações e renúncias.
Tudo feito para contemplar o preconceito conservador desconsiderando-se as urgências sociais e as responsabilidades com a infraestrutura.
A mídia conservadora quer manter as coisas assim, como um argumento pronto contra o comando estatal da economia.
A presidenta Dilma incorporou a chave da eficiência às prioridades do seu governo. Com razão: é obrigação progressista zelar pela cuidadosa aplicação dos fundos públicos.
Errou e erra, todavia, ao não afrontar o subtexto do Estado mínimo que de fato perpassa a gororoba ideológica construída em torno da lingérie mais reluzente do conservadorismo: o fetiche da 'gestão'.
Ao não distinguir uma coisa de outra, corre o risco de endossar a tese que pretende equacionar a desordem atual com poções adicionais do veneno que a originou.
O colapso neoliberal trouxe para o colo do governo uma crise da qual a Nação é vítima e não sócia; as forças progressistas são adversárias, não parceiras.
Confunde a opinião pública endossar falsas convergências redentoras, a exemplo da gestão, quando o que emperra, de fato, é a luta de sabre para ordenar a fatura da crise e instaurar a nova dinâmica de crescimento.
Obama patina não porque inexistam alternativas. Mas porque o dinheiro grosso acantonado no Congresso barra a taxação substantiva das grandes fortunas. E compensa a mingua fiscal com arrocho no gasto público -exceto o complexo industrial-militar.
A Europa esfarela porque os bancos se entupiram de lucros no ciclo de alta do crédito irresponsável.
Quebraram. Agora são alimentados pela sonda pública, exaurindo a ação contracíclica do Estado e a engrenagem lubrificada pelo crédito e o financiamento.
Dar nome aos bois não é principismo ideológico dos 'esquerdistas' do PT.
Está em jogo dilatar ou não a margem de manobra do Estado brasileiro para contrastar a estagnação mundial do capitalismo.
O peso material das idéias não deve ser confundido com proselitismo.
Quando minimiza a importancia da mídia progressista, asfixia blogs e sites negando-lhes o direito legítimo à publicidade estatal de utilidade pública --descarregada maciçamente no dispositivo conservador-- o governo dá mostras de não entender essa diferença.
Para um governo progressista é quase um suicídio.
Não por acaso, os que apostam no fracasso macroeconômico como palanque contra Dilma, em 2014, querem fazer da 'gestão' o escudo redentor do Brasil contra a crise.
Desenvolvimento é transformação; é coordenar recursos,expectativas e energias em direção a objetivos prioritários.
A crise da ordem neoliberal desmentiu a conversa mole da proficiencia dos mercados desregulados na alocação dos recursos, ao menor custo e com a máxima eficiência.
Saldo: o mundo caminha para o sexto ano da crise mais grave do capitalismo desde 1929. O investimento privado patina no Brasil.
A superação do impasse só virá se e quando o Estado detiver maior poder de comando para enquadrar e destravar o papel indutor do crédito e do investimento capitalista.
Os bancos detém essa prerrogativa na economia de mercado. Mas sonegam fogo na hora do aperto e desviam seus canhões contra quem tenta induzi-los.
Não se vence um embate dessa natureza com o acesso à opinião pública obstruído pelo monopólio midiático.
Essa reflexão, suas consequências práticas, continua ausente da agenda da Presidência da República a cada manhã.
É um contra-senso.
Se o próprio governo hesita em ocupar o horizonte de longo prazo, que a mídia alardeia como temerário, por que o investimento privado se arriscaria?
Mas é preciso ficar claro: o nome da crise é capitalismo e não esquerda; não PT - ou governo Dilma, como quer o jogral embarcado nas virtudes dos livres mercados, os mesmos que jogaram o planeta no pântano atual.
A esquerda tem sua penitência a pagar nesse banco de areia movediça. Mas uma coisa é diferente da outra.
O conservadorismo não tem agenda propositiva a oferecer, exceto regressão à matriz do desmazelo atual.
A esquerda ainda lambe feridas, espana a rendição neoliberal que acometeu - ainda acomete - segmentos e lideranças importantes de suas fileiras, aqui e alhures.
Mal ou bem, no entanto, ensaia um debate sobre a alternativa à desordem capitalista.
Deve acelerar o passo porque a história apertou o seu: a restauração conservadora avança no vácuo progressista.
A preparação do V Congresso do PT, que acontecerá em 2014, é a oportunidade para que isso ocorra no Brasil de forma organizada. Com convidados de dentro e de fora do partido. De dentro e de fora do país. E cobertura maciça da mídia alternativa, a contrastar o bombardeio de veículos sempre alinhados às boas causas democráticas.
O conservadorismo aposta no imobilismo progressista.
Seu futuro nutre-se da expectativa de erros, omissões e hesitações que a esquerda e o governo possam cometer na travessia do passo seguinte da história.
É esse o combustível da histeria udenista encampada pelas togas.
Não é outro o motor do terrorismo econômico midiático.
A pauta deste ano ano pré-eleitoral é a tese de que vai dar tudo errado na macroeconomia do governo Dilma.
O tambor ecoa sem parar.
O Brasil é um fracasso. Bom é o México, com presidentes saídos diretamente de uma engarrafadora de Coca-Cola, a prometer mais e mais reformas amigáveis.
A mídia isenta ergue palanques feitos de semi-informação.
Na desastrada década do PT, o Brasil elevou sua participação no PIB da América Latina de 26,8% , em 2001, para 46,6% em 2010. Recorde em 20 anos.
A participação mexicana no PIB regional regrediu o equivalente a 13 pontos no período.Ficou em 21,5% no ano passado.
Governos coca-cola aniquilaram direitos trabalhistas dos mexicanos, enquanto no Brasil de Lula o valor real do salário mínimo saltou 70% na década.
Bom é o México.O malabarismo às vezes desconcerta.
Nesta 5ª feira, na Folha, Clóvis Rossi lamenta: justamente quando Chávez está à beira da morte, seu legado econômico e social faz da Venezuela o país menos desigual de sua história.
O ideal seriam as exéquias conjuntas do homem e do modelo. Assim: " Para azar da Venezuela, o agravamento do estado de saúde do presidente coincide com o melhor momento da economia em todo o reinado de Chávez: a redução da pobreza, marca indiscutível do período, se acentuou no ano passado. São pobres, agora, 21,2%, queda de cinco pontos sobre os 26,5% de 2011; a inflação, um dos fracassos do chavismo, caiu de 27,6% em 2011 para 19,9%; o rendimento real dos assalariados, já descontada a obscena inflação, subiu 3,1% no ano passado; 4 milhões de empregos foram criados nos anos Chávez, reduzindo o desemprego a 6% em 2012".
É constrangedor.
No Brasil, o governo do PT -- sua 'ingerência estatal, a gastança populista'-- recebe o mesmo carimbo de estorvo.
Ele, não a desordem neoliberal; o PT, não o legado de um capitalismo indigente. Não o miserê estrutural que precisou do Bolsa Família para levar comida a 50 milhões de pessoas.
Quando o governo acerta, o veredito midiático é peremptório: é só um hiato entre dois fracassos.
Segue-se a lógica adversativa do meteorologista charlatão: o tempo está firme, mas só porque ainda não choveu. E vice-versa.
O Brasil precisa decidir se quer ser o México ou a Venezuela, diz o bordão do jornalismo de economia, que está para as redações assim como a coleira para o cachorro.
Tradicionalmente ele pauta os latidos da turma que tange o debate nacional no dispasão da eficiência plutocrática.
A mesma endogamia levou o país tres vezes ao FMI nos anos 90; quebrou a espinha da indústria com uma abertura selvagem; rifou o contrapeso estatal vendendo empresas públicas estratégicas; criou um Estado mínimo a machadada, poupando a raspa do tacho disfuncional. Colosso devidamente elogiado e festejado pelos que hoje festejam o México e abjuram a macroeconomia de Dilma.
O governo tem muito a ganhar se as forças progressistas afrontarem os uivos dessa matilha.
Acerta a presidencia do PT, por exemplo, quando Rui Falcão identifica no monopólio midiático um torniquete a obstruir o debate emancipador do desenvolvimento.
Erram os progressistas e o governo ao não nominarem as variáveis políticas em jogo na disputa pela agenda macroeconômica.
A cizania ideológica tem sido respondida por Brasília de forma frequentemente tecnocrática, gaguejante, quase envergonhada.
Atrasos enervantes nos cronogramas dos grandes projetos de infraestrutura constituem o principal lubrificante da sirene ortodoxa.
Por que o governo não encampa e aprofunda a radiografia sobre as causas da 'ineficiência estatal'?
Nos anos 90, o Estado brasileiro foi redesenhado e calcificado institucionalmente. Um anti-Leviatã feito não funcionar.
Dissolveu-se a iniciativa pública do desenvolvimento num cipoal de interditos, terceirizações, decepações e renúncias.
Tudo feito para contemplar o preconceito conservador desconsiderando-se as urgências sociais e as responsabilidades com a infraestrutura.
A mídia conservadora quer manter as coisas assim, como um argumento pronto contra o comando estatal da economia.
A presidenta Dilma incorporou a chave da eficiência às prioridades do seu governo. Com razão: é obrigação progressista zelar pela cuidadosa aplicação dos fundos públicos.
Errou e erra, todavia, ao não afrontar o subtexto do Estado mínimo que de fato perpassa a gororoba ideológica construída em torno da lingérie mais reluzente do conservadorismo: o fetiche da 'gestão'.
Ao não distinguir uma coisa de outra, corre o risco de endossar a tese que pretende equacionar a desordem atual com poções adicionais do veneno que a originou.
O colapso neoliberal trouxe para o colo do governo uma crise da qual a Nação é vítima e não sócia; as forças progressistas são adversárias, não parceiras.
Confunde a opinião pública endossar falsas convergências redentoras, a exemplo da gestão, quando o que emperra, de fato, é a luta de sabre para ordenar a fatura da crise e instaurar a nova dinâmica de crescimento.
Obama patina não porque inexistam alternativas. Mas porque o dinheiro grosso acantonado no Congresso barra a taxação substantiva das grandes fortunas. E compensa a mingua fiscal com arrocho no gasto público -exceto o complexo industrial-militar.
A Europa esfarela porque os bancos se entupiram de lucros no ciclo de alta do crédito irresponsável.
Quebraram. Agora são alimentados pela sonda pública, exaurindo a ação contracíclica do Estado e a engrenagem lubrificada pelo crédito e o financiamento.
Dar nome aos bois não é principismo ideológico dos 'esquerdistas' do PT.
Está em jogo dilatar ou não a margem de manobra do Estado brasileiro para contrastar a estagnação mundial do capitalismo.
O peso material das idéias não deve ser confundido com proselitismo.
Quando minimiza a importancia da mídia progressista, asfixia blogs e sites negando-lhes o direito legítimo à publicidade estatal de utilidade pública --descarregada maciçamente no dispositivo conservador-- o governo dá mostras de não entender essa diferença.
Para um governo progressista é quase um suicídio.
Não por acaso, os que apostam no fracasso macroeconômico como palanque contra Dilma, em 2014, querem fazer da 'gestão' o escudo redentor do Brasil contra a crise.
Desenvolvimento é transformação; é coordenar recursos,expectativas e energias em direção a objetivos prioritários.
A crise da ordem neoliberal desmentiu a conversa mole da proficiencia dos mercados desregulados na alocação dos recursos, ao menor custo e com a máxima eficiência.
Saldo: o mundo caminha para o sexto ano da crise mais grave do capitalismo desde 1929. O investimento privado patina no Brasil.
A superação do impasse só virá se e quando o Estado detiver maior poder de comando para enquadrar e destravar o papel indutor do crédito e do investimento capitalista.
Os bancos detém essa prerrogativa na economia de mercado. Mas sonegam fogo na hora do aperto e desviam seus canhões contra quem tenta induzi-los.
Não se vence um embate dessa natureza com o acesso à opinião pública obstruído pelo monopólio midiático.
Essa reflexão, suas consequências práticas, continua ausente da agenda da Presidência da República a cada manhã.
É um contra-senso.
Se o próprio governo hesita em ocupar o horizonte de longo prazo, que a mídia alardeia como temerário, por que o investimento privado se arriscaria?
Assinar:
Postagens (Atom)