"Essa eleição é sobre a Petrobras - ou Petrobrax"
As riquezas geradas pelas reservas do Pré-sal representam o maior impulso industrializante do país desde a Segunda Guerra Mundial. É isso o que está em jogo na disputa entre PSDB e Petrobras, traduzida em declarações de assessores e aliados do candidato José Serra que defendem o modelo de exploração adotado no governo Fernando Henrique Cardoso. Um modelo que, na avaliação do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, estava matando a empresa. Ao comemorar a extração do primeiro óleo do sistema da área do pré-sal de Tupi, na Bacia de Santos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou: "o século 21 será o século do Brasil e da América Latina".
Redação Carta Maoir
Na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comemorou quinta-feira (28) a extração do primeiro óleo do sistema definitivo da área do pré-sal de Tupi, na Bacia de Santos, o século 21 será “inexoravelmente o século do Brasil e da América Latina”. Para Lula, o país não soube aproveitar oportunidades no século passado.
“Eu digo sempre que o Brasil jogou fora o século 20. Não é que jogou fora, nós não soubemos aproveitar corretamente o século 20. As oportunidades apareciam, a gente jogava fora, muitas vezes por descrença, por complexo de inferioridade. Afinal de contas, nós somos uma nação colonizada e sempre que uma nação é colonizada, ela demora mais para ter autoestima, demora mais para acreditar em si própria”.
Lula afirmou que a Petrobras será sempre um indutor do crescimento do país. “A Petrobras será sempre uma espécie de guia do crescimento do Brasil. Se a Petrobras não estiver bem, o Brasil não estará tão bem. Mas se a Petrobras estiver bem, eu acho que o Brasil estará sempre muito bem”.
O sistema definitivo de Tupi produzirá cerca de 14 mil barris de petróleo leve (de alto valor comercial) por dia. No ano que vem, segundo estimativa da Petrobras, a produção média diária será de 50 mil barris, podendo chegar a 70 mil barris/dia no fim de 2011.
As riquezas geradas pelas reservas do Pré-sal representam o maior impulso industrializante do país desde a Segunda Guerra Mundial. É isso o que está em jogo na disputa entre PSDB e Petrobras, traduzida em declarações de assessores e aliados do candidato José Serra que defendem o modelo de exploração adotado no governo Fernando Henrique Cardoso. Ou como resumiu o jornalista Paulo Henrique Amorim: "Essa eleição é sobre a Petrobras - ou Petrobrax".
O blog da Petrobras publicou a íntegra da entrevista que o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, concedeu ao jornal Valor Econômico, tratando, entre outras coisas, da disputa de modelos para a exploração do pré-sal. Destacamos alguns dos principais trechos da fala de Gabrielli:
" ...99% da produção atual da Petrobras vêm de áreas (descobertas) no tempo do monopólio, descobertas na época do monopólio (antes do governo FHC quebrar a lei 2004 e vender 1/3 da Petrobrás) . Um por cento é proveniente de descobertas pós-monopólio."
"...(no governo FHC) as refinarias estavam sendo preparadas para serem vendidas".
"A lógica que existia naquele momento era que a engenharia (tecnologia) que você compra no mercado; e você não precisa também da política de desenvolvimento, você resolve no mercado. Então você inibia o crescimento do CENPES (Centro de Pesquisa) e inibia o crescimento básico da engenharia; isso mata uma companhia no longo prazo, uma companhia que é tecnológica..."
Valor: então o “PT pegou a empresa afundando“…
Gabrielli: Afundando não; sendo afundada...
"...se a companhia seguisse na mesma linha, se nós continuássemos inibidos no leilão para deixar que os outros entrassem, se nós tivéssemos que preparar as refinarias para serem vendidas, se nós fôssemos proibidos de entrar na petroquímica, se nós continuássemos com aqueles contratos de termoelétricas que só entravam com o custo e toda a rentabilidade ia para o sócio; se nós tivéssemos continuado com aquela política de internacionalização em que os ativos não tinha resultado, se nós continuássemos na política de enfraquecimento da engenharia interna e redução do investimento e sem acelerar a contratação de gente, nós mataríamos a Petrobras".
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