( sugestão hupperiana: asilo na embaixada riograndense em Brasília )
Por Adão Paiani (*)
Por Adão Paiani (*)
Em uma de suas costumeiras crises e desvarios, a ex-Governadora em exercício, Yeda Rorato Crusius, desistiu da viagem que faria aos Estados Unidos, onde deveria visitar seus familiares e, secundariamente, tratar de assuntos do Estado. A dirigente do Executivo gaúcho alegou para a mudança de planos, segundo divulgado pela mídia amiga, o risco de um golpe articulado pelo Vice-Governador Paulo Afonso Feijó e seus apoiadores.
A ilustre mandatária do Estado gaúcho deve acreditar piamente estar à frente de um projeto de república bananeira, onde um governante é retirado de pijama do Palácio, enfiado em um avião e despachado para o exterior sem a menor cerimônia. É bem verdade que vontade e motivos sem dúvida não faltariam, à imensa maioria dos gaúchos, para cometer tamanho descalabro; pelo menos a julgar pelas últimas pesquisas de opinião. E isso realmente justifica o medo da progenitora-maior do Estado.
Mas ao agirmos assim, certamente estaríamos nos colocando no mesmo nível de indigência intelectual e cidadã, violando nossos conceitos de república, respeito à lei, à justiça e à liberdade que temos a muito custo defendido frente à sanha, as sandices e aos desmandos de um governo definitivamente pérfido, vergonhoso e enlouquecido. Acreditamos demais na democracia para isso, ao contrário de alguns.
Aliás, talvez a verdadeira vocação de YRC seja governar um Estado onde tudo seja possível, inclusive desatinos como o que teme. Um Estado onde a lei, a justiça e a democracia fiquem a disposição dos arroubos do mandatário de plantão. Onde a ordem jurídica seja usada para justificar a ditadura de pretensas maiorias.
Onde governos desmoralizados sejam carregados pelo amparo de meios de comunicação condescendentes, subservientes e vendidos a interesses espúrios. Onde elites retrógradas que não conseguem enxergar nada além de seus próprios bolsos, se disponham a beijar as mãos de qualquer enlouquecido que se preste a garantir, mesmo que momentaneamente, seus interesses.
Onde parlamentares sem o mínimo compromisso com a democracia, que garante seus mandatos, e com absoluto desrespeito aos cidadãos que os elegeram, e ainda menos pelo conjunto da sociedade, prestem-se a papéis vergonhosamente lamentáveis. Onde governantes sem a mínima condição moral e intelectual de discernir os limites do público e do privado, se locupletem à custa de um patrimônio que é de todos, e ainda se prestem a defender isso da forma mais desavergonhada possível; debochando daqueles que pagam seus salários e pufes verde-limão.
Talvez o receio da Governadora seja que o clima de “Casa da Mãe - Joana”, no qual ela e seus asseclas transformaram o Estado, se volte definitivamente contra seus interesses. Talvez tema que tenhamos nos transformado em um Estado onde os interesses daqueles que pagam a conta seja o que menos importa. Onde uma história e tradição republicana sejam rasgadas e enxovalhadas diariamente, justamente por aqueles que juraram defendê-las.
A Governadora não deve temer. Apesar de todos os seus esforços e de seu Governo, ainda resta dignidade e respeito à lei nos corações e nas mentes de milhões de gaúchos. Se ela tiver que deixar um lugar, ao qual perdeu as condições de ocupar, e onde está não por direito divino, como parece pensar, e sim pela vontade de uma maioria que a elegeu, dentro de um processo que é a essência da própria democracia; será dentro da lei, e não na marra.
Pode viajar tranqüila, Senhora Governadora. Ficaremos bem sem a sua presença. Pode acreditar.
(*) Advogado, Ex-ouvidor da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.
A ilustre mandatária do Estado gaúcho deve acreditar piamente estar à frente de um projeto de república bananeira, onde um governante é retirado de pijama do Palácio, enfiado em um avião e despachado para o exterior sem a menor cerimônia. É bem verdade que vontade e motivos sem dúvida não faltariam, à imensa maioria dos gaúchos, para cometer tamanho descalabro; pelo menos a julgar pelas últimas pesquisas de opinião. E isso realmente justifica o medo da progenitora-maior do Estado.
Mas ao agirmos assim, certamente estaríamos nos colocando no mesmo nível de indigência intelectual e cidadã, violando nossos conceitos de república, respeito à lei, à justiça e à liberdade que temos a muito custo defendido frente à sanha, as sandices e aos desmandos de um governo definitivamente pérfido, vergonhoso e enlouquecido. Acreditamos demais na democracia para isso, ao contrário de alguns.
Aliás, talvez a verdadeira vocação de YRC seja governar um Estado onde tudo seja possível, inclusive desatinos como o que teme. Um Estado onde a lei, a justiça e a democracia fiquem a disposição dos arroubos do mandatário de plantão. Onde a ordem jurídica seja usada para justificar a ditadura de pretensas maiorias.
Onde governos desmoralizados sejam carregados pelo amparo de meios de comunicação condescendentes, subservientes e vendidos a interesses espúrios. Onde elites retrógradas que não conseguem enxergar nada além de seus próprios bolsos, se disponham a beijar as mãos de qualquer enlouquecido que se preste a garantir, mesmo que momentaneamente, seus interesses.
Onde parlamentares sem o mínimo compromisso com a democracia, que garante seus mandatos, e com absoluto desrespeito aos cidadãos que os elegeram, e ainda menos pelo conjunto da sociedade, prestem-se a papéis vergonhosamente lamentáveis. Onde governantes sem a mínima condição moral e intelectual de discernir os limites do público e do privado, se locupletem à custa de um patrimônio que é de todos, e ainda se prestem a defender isso da forma mais desavergonhada possível; debochando daqueles que pagam seus salários e pufes verde-limão.
Talvez o receio da Governadora seja que o clima de “Casa da Mãe - Joana”, no qual ela e seus asseclas transformaram o Estado, se volte definitivamente contra seus interesses. Talvez tema que tenhamos nos transformado em um Estado onde os interesses daqueles que pagam a conta seja o que menos importa. Onde uma história e tradição republicana sejam rasgadas e enxovalhadas diariamente, justamente por aqueles que juraram defendê-las.
A Governadora não deve temer. Apesar de todos os seus esforços e de seu Governo, ainda resta dignidade e respeito à lei nos corações e nas mentes de milhões de gaúchos. Se ela tiver que deixar um lugar, ao qual perdeu as condições de ocupar, e onde está não por direito divino, como parece pensar, e sim pela vontade de uma maioria que a elegeu, dentro de um processo que é a essência da própria democracia; será dentro da lei, e não na marra.
Pode viajar tranqüila, Senhora Governadora. Ficaremos bem sem a sua presença. Pode acreditar.
(*) Advogado, Ex-ouvidor da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.
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