Grupo alerta para deportação da Estátua da Liberdade
Atualizado em 30 de junho, 2013 - 09:49 (Brasília) 12:49 GMT
A Estátua da Liberdade em Nova York pode estar com os dias contados como um dos ícones dos Estados Unidos, se for bem sucedida a iniciativa de um grupo conservador que quer deportar o famoso ponto turístico, por afirmar que o monumento entrou no país ilegalmente há mais um século.
A campanha, liderada por uma organização chamada Legais pela Preservação da Cultura Americana (Legals for the Preservation of American Culture), tem um vídeo promocional, página web e até uma conta na rede social Twitter.
A campanha para deportar o monumento que a França deu para a cidade de Nova York, em 1886, é apenas uma ficção inventada pela organização de direitos humanos Breakthrough para lidar com humor com a discussão sobre a reforma da imigração que está tramitando no Congresso dos EUA e cuja aprovação no Senado está prevista para quinta-feira.Mas espere! Se depois de ler esta história alguém pensar em viajar para a Big Apple para se despedir da estátua, terá que mudar os planos.
"Queríamos dar uma abordagem diferente para a reforma e ter mais pessoas interessadas no assunto", explica à BBC Ishita Srivastava, um dos autores da iniciativa.
De acordo com Srivastava, "agora a maioria dos americanos é a favor da reforma, mas muitas pessoas acreditam que é uma questão que não lhes cabe".
Verdade ou não
"Então pensamos que, utilizando um formato inovador, poderíamos conseguir mais pessoas interessadas", disse o ativista, que explica que eles escolheram a Estátua da Liberdade "porque é um dos símbolos dos EUA e da imigração, além de ser uma mulher. "
A falsa campanha teve um grande impacto nas redes sociais. A peça promocional coloca a Estátua da Liberdade em um escritório de imigração, com um sotaque francês e pedindo o direito de ficar nos EUA, mesmo sem ter recebido documentos ao chegar ao país - situação semelhante a de muitos imigrantes ilegais.
O funcionário da imigração, por sua vez, pergunta se a estátua pode provar não estar tomando um posto de trabalho de uma estátua americana qualificada, para o qual "Senhora Liberdade" responde que tem 120 anos de experiência e é um ícone da liberdade.
A produção do vídeo, em que colaboraram estudantes da Universidade de Nova Iorque, foi realizada em um dia, com um orçamento de menos de US $ 1.000, já que a maioria dos que participaram o fizeram de graça.
"Estamos muito contentes com a resposta que a campanha teve. Foi uma experiência interessante usar sátira para resolver este problema", diz Ishita Srivastava.
"Queremos deixar claro que era uma brincadeira, embora alguns a princípio tenham duvidado se era verdade ou não", disse o ativista.
Breakthrough
A organização tem mais de uma década de trabalho na promoção dos direitos humanos através de campanhas interativas, com especial atenção para as mulheres.
"Nós não concordamos com algumas das alterações no projeto (da Lei de Imigração), como o reforço da segurança nas fronteiras, por isso temos que ter a certeza de que não viola os direitos dos imigrantes", diz Ishita Srivastava.
Sem dúvida, em sua campanha, a Breakthrough deu um tom de humor a um assunto caro aos mais de 11 milhões de imigrantes ilegais que estariam vivendo nos EUA atualmente.
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