quarta-feira, 24 de setembro de 2008

TIRO ao ALVO

Jus esperneandi
Do Estadão

Laudo de Jobim à CPI diz que Abin pode fazer grampo
Ministro também mandou à comissão lista de equipamentos da agência

Eugênia Lopes, BRASÍLIA

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, enviou ontem à CPI dos Grampos laudo de engenheiros do Exército que comprovaria que parte do arsenal de equipamentos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é capaz de fazer interceptações telefônicas. O laudo faria, no entanto, uma ressalva de que os aparelhos devem ser acoplados a outros, conforme notícia publicada no dia 5 de setembro no Estado.

Diante do envio do laudo pelo ministro da Defesa, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Félix, desistiu de depor hoje na CPI dos Grampos. A Abin é subordinada ao GSI. Em ofício à comissão de inquérito, o general solicitou o adiamento de seu depoimento sob o argumento de que existem perícias em andamento nos equipamentos da Abin.


Jobim também encaminhou à comissão a lista de equipamentos comprados para a Abin através da Comissão de Compras do Exército em Washington. O ministro enviou apenas a lista de 2005. Na semana passada, ao depor na comissão, Jobim prometeu mandar a relação de todos os equipamentos comprados nos últimos quatro anos.

Na semana passada, perícia da Polícia Federal em 16 equipamentos da Abin concluiu que os aparelhos analisados não poderiam ter grampeado a conversa telefônica entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. O laudo da PF revelou, no entanto, que a Abin tem equipamentos para fazer escuta ambiental e grampo analógico. A CPI ouve hoje o ex-agente do Sistema Nacional de Informações Francisco Ambrósio do Nascimento.

Comentário

Desisto! Já convivi com algumas figuras públicas que pareciam sofrer enquanto pensavam. Não é o caso de Nelson Jobim, sujeito com inteligência acima da média. Não parece ser o caso dos editores do Estadão.

Então, algum psiquiatra, sociólogo, comunicólogo me explique: por que essa exposição reiterada ao ridículo?
Toda a discussão é sobre a eventual capacidade da ABIN de ter grampeado uma ligação telefônica entre um Ministro do Supremo e um senador. E Jobim (e o Estadão) insistem que: equipamentos podem grampear … desde que acoplados a outro equipamento. Ou então, podem grampear… analogicamente. Ou então podem fazer escutas… ambientais.


A conclusão é: equipamento da ABIN não poderia ter sido utilizado no suposto grampo do Gilmar e do Demóstenes. Ponto. Onde o Jobim e o Estadão pretendem chegar?

por Luis Nassif - http://www.projetobr.com.br/web/blog?entryId=9089

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