As chances de José Serra vencer as eleições
municipais de São Paulo derretem como picolé caído na rua. O ex-governador tem
vários adversários, mas um inimigo fatal: ele mesmo. Serra é líder absoluto em
rejeição, traço reafirmado mais uma vez na pesquisa do sempre
amigável Ibope, divulgada nesta 5ª feira. 37% dos eleitores não votam nele
de forma alguma. O tucano tenta se proteger com uma campanha escondida
para não ampliar um sentimento entranhado na opinião pública. A
mídia o poupa. Mas não há vacina publicitária para esse traço auto-imune.
Russomano, um outsider, já empata com Serra em intenções de voto
(ambos com 26%); pior, venceria o tucano com 42% contra 35% num
eventual 2º turnos. O ex-governador tem piores dias pela frente. Hoje
luta contra a própria imagem na sombra; a partir de 21 de
agosto enfrentará Fernando Haddad no campo aberto do horário
eleitoral. O petista saltou de 6% para 9% das intenções de voto na semana em
que divulgou seu programa municipal. O resultado evidencia que só
tem um grande adversário por enquanto:o desconhecimento do eleitor. Esse
mal tem cura. São quase sete minutos diários em 45 dias
de propaganda para dizer ao eleitor não apenas quem é e o que
pensa, como também mostrar o que pensa dele um ex-presidente da República
que deixou o cargo com 80% de popularidade --depois de oito anos espicaçado
pelo PSDB de Serra.
(Carta Maior; 6ª
feira/17/08/2012)
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