quarta-feira, 24 de dezembro de 2008


( publicada em 29 de Novembro de 2008 )


O vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó (DEM), voltou a criticar o empréstimo feito pelo Estado junto ao Banco Mundial. Em artigo publicado no Blog do Vice, Feijó diz que é "inadmissível que o empréstimo tenha sido feito sem as devidas garantias de um seguro cambial". Desde a assinatura do contrato, acrescenta, houve um aumento de 48% na dívida contraída. O vice-governador escreve:

"O empréstimo do BIRD é um destaque à parte. Se por um lado é louvável que se busque um alongamento do prazo de pagamento da dívida, para ter mais dinheiro em caixa, por outro lado é inadmissível que o empréstimo tenha sido feito sem as devidas garantias de um seguro cambial (hedge) em um momento histórico de baixa do dólar. Enquanto todas as empresas que tinham dívidas na moeda americana aproveitavam para quitá-las, usando o bom momento de baixa, o Rio Grande do Sul adquiriu um empréstimo de um bilhão e cem milhões de dólares.

Na assinatura do contrato o dólar estava cotado em R$ 1,60. Naquela data devíamos em reais 1 bilhão 782 milhões de reais, ou seja, cada gaúcho devia ao Banco Mundial R$ 178,00. No primeiro saque feito pelo governo o dólar estava a R$ 1,80. Nesta cotação a dívida estava em 1 bilhão 980 milhões de reais. Cada gaúcho devia ao BIRD R$ 198,00. Na cotação de ontem (18/12/2008) devíamos um montante de 2 bilhões 640 milhões de reais, ou seja, cada gaúcho passou a dever ao Banco R$ 264,00. Desde a assinatura do contrato houve um aumento de 48% na dívida contraída. Da data do primeiro saque até ontem a variação foi de 33% em pouco mais de 3 meses. Isto dá uma taxa de juros de 9,97% ao mês ou 213% ao ano.

A alegação do governo é de que em 30 anos isto se compensa. Mas já estamos pagando agora e ninguém tem condições de afirmar como a moeda americana vai se comportar nos próximos anos. Na minha opinião é obrigação do estado gerir de forma responsável os recursos públicos, pensando a médio e longo prazo. Nosso governo pensou em zerar seu déficit em dois
anos e deixar para que os outros governos paguem os próximos 28 anos desta dívida."



por Marco Aurélio Weissheimer

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