O ultrachavismo sem voto da Rede Globo
O presidente do Supremo Tribunal Federal, o ídolo dos coxinhas,
Joaquim Barbosa, é hoje o principal trunfo político da Rede da Globo.
Ancelmo Gois incensa-o regularmente desde que ele tomou as dianteiras da Ação
Penal 470. Outro colunista, Roberto Damatta não apenas afirmou que votaria sem
pestanejar nele, como achava que Barbosa levaria fácil no primeiro turno. Merval
Pereira e ele estão sempre se telefonando, e o colunista publica a conversa no
dia seguinte sem escrúpulos de chapa-branquismo. O ex-presidente do STF
anterior, Ayres Brito, escreveu o prefácio do livro de Merval enquanto ainda
tocava o julgamento do mensalão. É uma falta de vergonha inacreditável.
Aí ficamos sabendo que
Barbosa pagou as passagens de avião, com dinheiro público, para uma repórter da
Globo lhe acompanhar à Costa Rica. Coisas de político da pior laia. Logo
descobrimos que Barbosa pagou as passagens de avião para assistir o jogo do
Brasil e Inglaterra, no Rio, com dinheiro público, e que ficou no camarote de
um apresentador da Globo, Luciano Huck. E que seu filho está trabalhando na
Globo, com Luciano Huck, figura que o PSDB andou sondando para ser seu
candidato ao governo do Rio.
É incrível o poder da
Globo de cercar os ministros do STF. Cercam-nos midiaticamente, incensando-os,
arrumando-lhes camarotes de luxo, descolando empregos para seus filhos. É como
se vivêssemos um ultrachavismo de direita e sem voto, comandado pela Rede
Globo, que pode tudo. Pode fraudar o fisco em quase 2 bilhões de reais, e ainda
sim receber dezenas de bilhões de reais em publicidade pública. O Ministério
Público só investiga quem a Globo decide que tem de ser investigado. Os juízes
só condenam quem a Globo decide que deve ser condenado.
Vide o caso recente do
jornalista Paulo Henrique Amorim. É ridículo que seja condenado com tal
severidade por uma frase infeliz: mas como foi contra um jornalista da Globo,
então vale tudo. O que o Paulo fez mereceria apenas retratação verbal no
próprio site, se o juiz assim decidisse, mas querer prender na cadeia um
blogueiro porque se deu uma interpretação racista à sua frase? Aí é demais. Aí
é manipular a ditadura do politicamente corrento para beneficiar o mais
poderoso. Afinal, o que significa tanta perseguição a PHA? Não é mais uma
tentativa de censura, via sufocamento judiciário e financeiro?
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A malandragem cabotina de
Ilimar Franco
Ilimar Franco é o
colunista melhorzinho do Globo, mas é do Globo e tem de comer na mão de seus
patrões. Não pode dar opinião, porque é “meio de esquerda”. Só quem pode opinar
é Merval Pereira, o pitbull fiel e disciplinado dos Marinho. Hoje Ilimar tenta
fazer uma incursãozinha no trabalho sujo, provavelmente querendo se blindar.
Veja essa notinha, publicada em sua coluna de hoje:
‘Queromeu’- Petistas, na reunião da Executiva, criticaram a
comunicação do governo por desprezar as redes sociais. O eufemismo é usado por
quem defende que o governo Dilma dê dinheiro público para páginas na internet
não noticiosas e de baixa audiência, que são alinhadas com o petismo.
A notinha, além de
arrogante, é malandramente cabotina, porque o objetivo dela é pressionar o
governo a continuar dando dinheiro pra Globo. Só que a Globo não tem página
“noticiosa”. Tem uma central de produção de lixo. Deveria receber, talvez,
alguma verba do Ministério do Meio Ambiente, para reciclagem e descontaminação.
E as páginas “noticiosas-lixo” da Globo são alinhadas à direita golpista.
Sonega informações descaradamente. Mente. Protege a corrupção de seus aliados.
Cadê a investigação jornalística na grande mídia sobre a privataria tucana?
Cadê a investigação sobre as fraudes fiscais da Globo? Cadê a investigação
sobre as relações de Veja com a máfia de Carlinhos Cachoeira e Demóstenes
Torres.
Um governo que trabalha
pela desconcentração da renda não pode, esquizofrenicamente, fomentar a
concentração da mídia. Não pode matar a fome do povo, e esquecer de seu
espírito. Mídia também é cultura, saúde e educação, porque através da mídia se
pode transmitir valores, cuidados com a saúde e informação acadêmica e
profissional.
Eles construíram sua
audiência em meios aos anos de chumbo, quando o governo (a ditadura) era seu
aliado, e com ajuda dele, e dos Estados Unidos, esmagaram seus concorrentes,
tornaram-se uma potência financeira e estabeleceram um monopólio. Tudo sempre regados
a empréstimos bilionários, leis favoráveis no congresso, e uso de paraísos
fiscais.
Os platinados estão
morrendo de medo de perder a boquinha do governo, que lhes rende mais de um
terço de sua renda anual. O Cafezinho, que jamais recebeu um centavo do Estado,
acha o seguinte: se estamos vivos até aqui, continuaremos vivos, mas defendo
que o governo não dê mais dinheiro pra ninguém. Queremos que os bilhões da
Secom sejam transferidos diretamente para investimentos em educação. O governo
anunciaria suas ações através de uma lei que obrigaria toda concessão pública a
veicular de graça publicidade de utilidade social. Pronto, acabaria a mamata.
Eu ficaria tranquilo.
Melhor ainda, o governo
poderia criar um sistema randômico, para os anúncios serem veiculados em
qualquer site brasileiro, mas com um teto máximo, para que os tubarões não
ficassem com tudo e estimular os pequenos e médios.
Para cúmulo da
incompetência política, a Secom tem usado o Ad Sense do Google para anunciar na
web, ferramenta que deixa 75% dos recursos públicos em mãos de uma empresa
estrangeira, mais 20% nas mãos de agências, e somente 5% nas dos verdadeiros
produtores de conteúdo.
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A nossa sorte é que até
agora nenhum Marinho tem gosto pela política, senão já tínhamos criado nosso
Berlusconi, e seria muito pior do que o original italiano. Por isso é tão
perigoso a direita voltar ao poder. Ela já tem o controle da mídia privada. No
governo, terá também o da mídia pública.
E o pior é que o que
pode acontecer se a Dilma continuar fazendo de tudo para perder as eleições,
como tem feito.
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