A governadora Yeda Crusius apresentou mais uma das "inovações" de sua administração: o pronunciamento para jornalistas mudos. A estratégia é bem básica. Manda chamar a imprensa, com promessa de revelar "fatos relevantes", ou alguma pauta positiva do Governo. Os profissionais se aninham nas históricas cadeiras do Palácio Piratini e por lá ficam, inertes e atônitos assistindo a governadora falar e em seguida desaparecer pelas saídas laterais.
PaLEstRas à impRENsa
Não foi a primeira vez que a governadora Yeda Crusius e seus assessores de Comunicação, convocam a imprensa para uma entrevista coletiva e não permitem aos jornalistas fazer qualquer pergunta.
Com meia hora de atraso, a governadora iniciou um longo discurso e assinaturas protocolares, sob o olhar ansioso dos repórteres. Os fatos relevantes foram um prato requentado de medidas isoladas que seu governo vem tomando, algumas por força de lei ou acordos judiciais como o aumento para policiais civis e militares, por conta da matriz salarial aprovada em 2004, que havia sido anunciado pelo então secretário Aod Cunha. Tudo previsto no orçamento.
Apesar de não responder a nenhum pergunta, a governadora mencionou, as denúncias apresentadas pelo PSOL, cujas provas estão em poder do Ministério Público Federal. Para Yeda, fazer denúncias, criticar seu governo e apontar corrupção é prática golpista.
A governadora tem certeza que suas ações não podem ser contestadas por meros plebeus e acusa traição inclusive de sua corte.
A falta de respostas do governo, deixa preocupada a imprensa corporativa e governista do Rio Grande do Sul, porque está só consegue escrever sobre o assunto, a partir das informações autorizadas, oficiais. Os "repórteres investigativos" estão limpando as lupas, enquanto esperam um tese genial descer do terceiro andar para saírem a rua como sabujos seletivos.
O importante é que o objetivo foi alcançado. Mesmo sem permitir manifestação dos jornalistas e sem divulgar qualquer fato novo, a manchete, em meio ao escândalo e a crise de governo, saiu positiva nos jornais governistas. Traduzindo, há corrupção, mas estamos dando aumento aos funcionários. Aliás, dar aumento para a polícia é extremamente simbólico no atual contexto.
TEXTO copiado do CEL3UMA - http://celeuma.blogdrive.com/
P.S.:
Yeda Crusius, enfim, reage: Toma avião e vai a SP reclamar de jornalista
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