sexta-feira, 31 de outubro de 2008
José Dirceu deixou a chefia da Casa Civil há 40 meses. Desde então, segundo ele, toca sua vida sem se meter em assuntos do governo. O ex-ministro recusa-se a dizer que tipo de consultoria presta nem quem são seus clientes, mas garante que nenhum deles o procura em busca de facilidades em Brasília. “Não faço lobby.”
O ex-homem forte do Planalto, o dirigente que tornou possível a eleição de Lula em 2002, parece mais atuante do que nunca quando se analisam as recentes operações da Polícia Federal. De forma direta ou indireta, Dirceu aparece associado a diversas investigações, das negociatas da MSI-Corinthians à Satiagraha, contra o banqueiro Daniel Dantas. “Há mais de oito meses minha vida vem sendo devassada. E não há nada contra mim. Nada”, afirma durante a entrevista à CartaCapital em seu escritório, um sobrado de dois andares em São Paulo.
No caso da Satiagraha, paira sobre o ex-ministro a suspeita de participar da tentativa de impedir que Dantas fosse preso. Há dois episódios específicos. Um deles, citado no relatório do delegado Protógenes Queiroz, é o encontro com o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh em um hangar da TAM em Brasília. Greenhalgh, codinome “Gomes” nesta operação salva-banqueiro, foi contratado pelo Opportunity e na época em que se encontrou com Dirceu movia-se desesperadamente em busca de informações sobre a investigação da PF. “Não tratamos do Dantas. O encontro foi para falar da situação do Cesare Battisti”, garante o ex-ministro.
Em tempo: Battisti é um assassino italiano preso no Brasil que se apresenta como militante de grupos de esquerda. O governo da Itália pede sua extradição. Integrantes do PT tentam impedir que ele seja extraditado.
O outro episódio, relatado na edição 513 de CartaCapital, é a convicção de investigadores federais de que Dirceu soube da operação contra Dantas por intermédio do atual diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. Ambos estiveram no Marrocos no mesmo período e teriam se encontrado lá. Corrêa então informou ao ex-ministro da Satiagraha. “Isso é infame, é mentira”, rebate.
Não é de hoje que o nome de Dirceu aparece associado ao de Dantas. As citações remontam ao tempo do chamado mensalão. À época, CartaCapital colheu relatos de dirigentes e parlamentares do PT, juízes e empresários sobre as intervenções do ministro, depois deputado federal cassado, a favor do banqueiro. Um desses relatos foi revelado recentemente por Mino Carta em sua página na internet (blogdomino.com.br).
O então diretor-geral da PF Paulo Lacerda, atualmente afastado do comando da Abin, contou ter recebido pressões de autoridades durante a Operação Chacal, que também alvejou o Opportunity. Mino perguntou se Dirceu era uma dessas autoridades. Lacerda disse que sim.
O ex-ministro nega qualquer relação com Dantas. Ou com Marcos Valério. Ou com qualquer assunto que diga respeito ao Opportunity. Assim caminhou a entrevista, realizada na tarde da terça-feira 28. CartaCapital fez as perguntas que queria. Dirceu respondeu-as como achou melhor.
CartaCapital: O senhor tem se alinhado ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, nas críticas à Operação Satiagraha. Também acredita na existência de um “Estado policial”?
José Dirceu: Ao contrário. O País vive em uma democracia. Apesar das deformações ainda existentes, talvez tenhamos chegado ao momento mais democrático do Brasil. Acabamos de ter eleições. Sempre apoiei e continuo apoiando as operações da Polícia Federal, inclusive a Satiagraha. Mas sempre vou me insurgir contra a violação dos direitos individuais, contra a negação da presunção de inocência do devido processo legal. Não podem invadir meu escritório em uma operação paralela de autoridade policial. Um juiz não pode dar autorização ao pedido de um delegado e de um promotor para quebrar meu sigilo bancário e telefônico durante três meses e eu ficar sabendo pela imprensa. Meu nome não aparece uma vez no inquérito, não participo de nenhum telefonema captado pelas escutas. Não satisfeitos em quebrar o meu sigilo telefônico, quebraram o do meu escritório de advocacia, de um assessor meu, da minha namorada. E tudo isso vaza para a imprensa, o que é mais grave.
CC: O senhor se refere à Satiagraha?
JD: Venho sendo investigado sistematicamente. No caso da investigação do BNDES (Operação Santa Tereza, que investigou supostos desvios de financiamentos do banco estatal), bastou o assessor do prefeito de Praia Grande, governada pelo PSDB, partido adversário ao meu, dizer em uma conversa interceptada que “essa turma do BNDES é ligada ao Zé Dirceu e vão querer levar participação” para eu ser tratado durante semanas, na imprensa, como partícipe de um esquema de corrupção. Aí vem a história do Bejani (Carlos Alberto, prefeito de Juiz de Fora acusado de desviar recursos do Fundo de Participação dos Municípios). Durante todo o período a notícia é de que vou ser preso. O Bejani foi minuciosamente investigado. Tinha escuta na casa dele, na prefeitura. Os volumes do inquérito enchem esta sala. Não sou citado uma única vez. Mas aí em uma conversa interceptada, o Bejani diz que estava indo a Belo Horizonte assinar um convênio de 70 milhões de reais e me encontrar, e eu viro alvo novamente. O diálogo vaza para a revista Época à tarde e é desmentido logo em seguida porque os estudantes que me pegaram no aeroporto para uma palestra ficaram o tempo todo comigo e podem testemunhar que não me encontrei com o Bejani. O advogado do prefeito desmente, mas, mesmo assim, à noite, a notícia sai no Jornal Nacional como se eu estivesse envolvido na liberação desse convênio de 70 milhões. Para completar esses oito meses, vem a Satiagraha e meu nome volta à baila.
CC: Mas, no caso da Satiagraha, há o fato de sua namorada, que trabalha no Palácio do Planalto, ter marcado um encontro com o Luiz Eduardo Greenhalgh (ex-deputado do PT contratado pelo banqueiro Daniel Dantas) em um hangar da TAM no aeroporto de Brasília.
JD: E tem algo de anormal eu me encontrar com o Greenhalgh?
CC: Quando saiu aquela famosa matéria da Folha de S.Paulo, em abril, anunciando a existência da Satiagraha, o Greenhalgh começou a se movimentar atrás de informações a respeito. Falou com muita gente. E se encontrou com o senhor. O que exatamente vocês conversaram?
JD: Vou mostrar sobre o que fui falar com ele (ameaça sair da sala e recua). Falamos do caso do Cesare Battisti (italiano preso no Brasil acusado de assassinatos em seu país e que tenta evitar sua extradição por supostamente ter cometido os crimes em nome da luta política). Quando estive em Paris, fui procurado por um deputado socialista, advogado do Battisti. Ele me entregou uma carta de seu cliente. E aí me encontrei com o Greenhalgh. Mas, mesmo que não fosse isso, não há nada na Satiagraha que envolva o meu nome. Nada. A não ser uma coisa gravíssima. Como é grave o juiz ter autorizado a quebra do meu sigilo telefônico. Foi abuso de autoridade. O Humberto Braz liga para um tal Giba e fala sobre a Andrea, a secretária dele. O Giba é o assessor do Braz. Falam sobre um tal “ele”, sobre algo no meio ambiente, sobre uma consultoria paga 50% e 50% e sobre uma conta-curral. Quem vira Giba? O Gilberto Carvalho. E o Gilberto Carvalho é ligado a quem? Ao José Dirceu. É ridículo dizer isso. Qualquer pessoa no Brasil diria que o Gilberto Carvalho é ligado ao Luiz Inácio Lula da Silva. É uma questão de hierarquia. Depois, a Andrea vira a Andrea Michael, jornalista da Folha de S.Paulo e “ele” sou eu. Um absurdo.
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quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Por Carlos D. Pérez *
Me he permitido distinguir una secuencia tipológica de categorías que solemos mezclar sin rigor. Cuatro palabras, cuatro perfiles, cuatro riesgos, cuatro desafíos.
LEIA DESCRIÇÃO COMPLETA no BLÓGUE do OMAR:
* Psicoanalista. Fragmento de Tiempo de despertar, de próxima aparición (ed. Planeta).
“Condomínio Zaccharias” com salão para festas governamentais. Trapiche com unidades residências “The Books is Money” com vista para a cultura e seu ocaso. Amplo parque com eucaliptos nativos para seu filho entender o verde e a devassidão do mundo. Últimas unidades a venda, trocamos por dívidas em dólar.
Das coberturas não se vêem a Ford e Aracuz mas sente-se a Borregard. Ao fundo tráfego intenso que alhados a shopping agravaremos (nada que um tunelzinho com seis pistas não resolva).
A demanda atual por recursos naturais ultrapassa em quase um terço o que o planeta tem condições de fornecer e, se continuar assim, em cerca de 30 anos o mundo precisará de duas Terras para que seja mantido o estilo de vida de seus habitantes. Essa é a conclusão da organização WWF no relatório Planeta Vivo 2008, preparado em conjunto com a Zoological Society, de Londres, e o Global Footprint Network. De acordo com o documento, o atual nível de consumo coloca em risco a futura prosperidade do planeta com impacto no custo de alimentos, água e energia. "Se a nossa demanda por recursos do planeta continuar a aumentar no mesmo ritmo, até meados dos próximos anos 30 (década entre 2030 e 2040), nós precisaremos do equivalente a dois planetas para manter o nosso estilo de vida", disse o diretor da WWF International, James Leape.
Os ambientalistas afirmam que o planeta está em direção a uma "crise de crédito ecológica". "Os eventos dos últimos meses têm servido para mostrar que é uma tolice extrema viver além dos nossos meios", disse o presidente internacional da WWF, Emeka Anyaoku. "A crise financeira global tem sido devastadora, mas não é nada comparado à recessão ecológica que estamos enfrentando", afirmou. Segundo Anyaoku, as perdas de cerca de US$ 2,8 trilhões sofridas pelas instituições financeiras com a crise - segundo estimativa recente do Banco da Inglaterra - são pequenas perto do equivalente a cerca de US$ 4,5 trilhões em recursos destruídos a cada ano. Os países com o maior impacto no planeta são os Estados Unidos e a China, que, juntos, representam cerca de 40% da pegada ecológica do mundo - que mede a quantidade de terra e água necessária para fornecer os recursos utilizados e absorver os resíduos deixados. (As informações são da BBC)
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
terça-feira, 28 de outubro de 2008
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Pilobolus é uma Companhia Americana de Dança e Teatro criada em 1971.Diretores Artísticos: Robby Barnett, Michael Tracy e Jonathan Wolken.
A palavra Pilobolus originalmente é o nome de um fungo que se transforma à luz do dia e que se desenvolve em excrementos de herbívoros.
LEIA MATÉRIA CLICANDO NO TÍTULO OU ABAIXO
domingo, 26 de outubro de 2008
"Teclado para a Secretária da Transparência a ser textado na Procergs" ... sugere nosso "amigo".
PARA seu filho ENTENDER:
http://satiro-hupper.blogspot.com/2008/10/queda-de-ronei-ferrigolo-da-procergs.html#links
sábado, 25 de outubro de 2008
“...ou o senhor crê que tão querendo que a gente não se limpe mais com aprumo e afinco?” ...balbuciava ao sair.
Gláuber Rocha
Quem entra hoje no site da prefeitura de Porto Alegre encontra apenas a seguinte mensagem:
"Por medida de precaução e visando a conclusão tranqüila do processo eleitoral em curso, a Prefeitura de Porto Alegre, acolhendo decisão em caráter liminar da juíza da 161ª Zona Eleitoral, retirou seu Portal de Internet temporariamente do ar. Esperamos retomar esta prestação de serviços em breve".
Medida de precaução coisa nenhuma. A página foi retirada do ar por determinação da juíza eleitoral Helena Marta Maciel por "extrapolação da mera divulgação de atos administrativos". Em outras palavras, uso de um espaço público para fazer campanha eleitoral para o prefeito José Fogaça.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
A juíza eleitoral Helena Marta Maciel determinou a suspensão de divulgação da publicidade institucional no Diário Oficial e no site da Prefeitura de Porto Alegre, que foi retirado do ar na noite desta quinta. Segundo a juíza, “ainda que a divulgação das matérias não traga referência ao nome do prefeito, candidato à reeleição, o teor das mesmas indica extrapolação da mera divulgação de atos administrativos, em especial quando há clara referência ao período dos últimos quatro anos e teçam comparações aos feitos de outras administrações”.
Helena Maciel deferiu liminar solicitada pela Frente Popular contra o prefeito em exercício Eliseu Santos (PTB) e o candidato José Fogaça (PMDB). A coligação de Maria do Rosário pediu também a cassação do registro da candidatura de Fogaça por uso da máquina administrativa na campanha eleitoral.
RS URGENTE
http://www.rsurgente.net/2008/10/justia-eleitoral-tira-site-da.html
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
[Quinta-Feira, 23 de Outubro de 2008 às 19:04hs]
Na semana passada, representantes das duas corporações se enfrentaram nas proximidades do Palácio dos Bandeirantes.Naquela ocasião José Serra se escondeu dentro do Pácio dos Bandeirantes de onde deu ordens para reprimir a manifestação dos policias grevistas . O Comando do Exército afirma ter sido procurado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), que temeria um novo confronto.
A reunião dos policiais civis será na Assembléia, perto da sede do Comando Militar do Sudeste. Se for necessário empregar o Exército, a primeira tropa a mobilizar para a ação será a do Batalhão da PE (Polícia do Exército), que tem cerca de 800 homens. Mas pode haver reforço de outras unidades, como a própria Brigada de Infantaria Motorizada de Campinas, localizada a 100 km de São Paulo. Mas, para que o Exército seja empregado, é preciso que haja um pedido expresso do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), atestando a incapacidade do Estado de garantir a lei e a ordem.
A secretária estadual da Cultura, Mônica Leal (PP), disse hoje na audiência pública realizada na Assembléia Legislativa que não há uma crise no setor. Imagine se houvesse. A audiência foi marcada pela troca de acusações entre a secretária e a presidente do Conselho Estadual de Cultura, Mariângela Grando, e pela ausência de qualquer novidade no que diz respeito a algo que mereça o nome de política cultural. O deputado Ronaldo Zulke (PT) contestou a secretária dizendo que a crise é evidente e não se restringe aos problemas de gestão da LIC (Lei de Incentivo à Cultura, envolvendo ainda a falta de políticas públicas e de instrumentos de financiamento para o setor. “Estamos diante de uma crise de financiamento. O orçamento para o próximo ano destina apenas R$ 130 mil para investimentos na Cultura”, observou Zulke, destacando que outras secretarias, como Fazenda, Planejamento e Administração, contarão com R$ 18 milhões, R$ 3,5 milhões e R$ 6,9 milhões, respectivamente, para investir.
Mônica Leal admitiu que o orçamento é restrito e pediu ajuda aos deputados para aumentar os recursos. Mas a secretária não vem ajudando nem um pouco os deputados nesta tarefa. Em 2007, a oposição apresentou cinco emendas que aumentavam recursos para a Cultura. Todas foram rejeitadas pela base do governo, que tem maioria na Assembléia. Em nenhum momento, Mônica Leal veio a público defender as emendas e criticar sua rejeição.
Marco Aurélio Weissheimer
http://www.rsurgente.net/2008/10/para-secretria-no-h-crise-na-cultura.html
De Viena para a BBC Brasil
O novo chefe do partido de extrema-direita da Áustria vem causando polêmica no país depois de dar a entender que mantinha um relacionamento homossexual com Jörg Haider, o ex-líder do partido que morreu em um acidente de carro no último dia 11.
Stefan Petzner, de 27 anos, era protegido do político e deu uma série de entrevistas emocionadas após a morte de Haider.
No último domingo, em um programa de rádio, Petzner disse que a relação entre os dois ia muito além de uma simples amizade.
"A ligação entre mim e Jörg era muito especial. Ele era o homem da minha vida", afirmou o novo líder do partido Aliança para o Futuro da Áustria (Bündnis Zukunft Österreichs, ou BZÖ, em alemão).
O político foi além e sugeriu que a esposa de Haider, Claudia, não se opunha à relação entre os dois.
As revelações de Petzner alimentaram uma série de rumores sobre a noite da morte de Jörg Haider.
De acordo com testemunhas, os dois teriam discutido na festa de lançamento de uma revista de celebridades. Haider dirigiu-se depois para um bar da cena gay da cidade de Klagenfurt, onde tomou uma garrafa de vodca, acompanhado de um jovem desconhecido.
Horas mais tarde, Haider sofreu um acidente fatal, com volume de álcool no sangue mais de três vezes acima do permitido pelas autoridades austríacas.
A morte de Haider provocou uma série de mudanças na estrutura do BZÖ. Além de chefe do partido, Petzner estará também no Parlamento como um dos representantes do BZÖ – cuja fração será liderada no Congresso pelo ex-tesoureiro do partido, Josef Bucher.
Nesta quinta-feira, o Estado da Caríntia, que era governado por Haider, também escolheu o novo governador: Gerhard Dörfler, também do BZÖ.
por Omar
http://doomar.blogspot.com/2008/10/sucessor-de-haider-diz-que-ele-era-o.html#links
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Chamou a atenção um trecho da entrevista que a ex-titular do Gabinete da Transparência, Mercedes Rodrigues, concedeu à rádio Gaúcha explicando os motivos de seu pedido de demissão. Ao criticar a falta de interesse do governo Yeda Crusius (PSDB) em criar políticas efetivas de controle do uso de recursos públicos, ela afirmou:
“O Estado está vulnerável. Descobrimos a corrupção ao longo dos anos, prometemos coibir isso por meio de um sistema e não implantamos. Que desculpa iremos apresentar quando ocorrer de novo? Não poderemos mais dizer que não sabíamos. Se eu ficasse, estaria avalizando essa situação. Não acho que está ótimo. Após todas as irregularidades detectadas, é urgente adotar medidas”.
Cabe notar que Mercedes Rodrigues não emprega a forma “se ocorrer de novo”, mas sim “quando ocorrer de novo”, dando a entender que é uma questão de tempo o surgimento de novas denúncias. E logo, em seguida, reforçando essa idéia, diz que “se ficasse, estaria avalizando essa situação” e que “é urgente adotar medidas”. Qual é mesmo o motivo da urgência? A Carta Compromisso divulgada pelo chamado “gabinete de crise” não havia firmado um enfático compromisso de combate à corrupção: A ex-funcionária do governo Yeda parece saber de algo que os pobres mortais desconhecem.
Para além dos temas mais recentes que já circulam pela mídia, como é o caso da licitação para escolher a empresa substituta da Fundae no Detran, há crescentes indícios de um novo terremoto a vista. Sismógrafos políticos da província sugerem que a data de ocorrência do fenômeno depende do fim da campanha eleitoral.
À época, a Suprema Corte dos EUA, por maioria (6x3 votos), entendeu que apenas a lei federal poderia tratar de matéria referente às drogas. Sem declarar, deixou intuído que os estados-federados não tinham competência legislativa para disciplinar matéria sobre drogas.
Os juristas e os legisladores estaduais entenderam que a decisão só valia para o supracitado caso Angel, que fazia uso terapêutico para inibir dor de tumor cerebral.
Estados-membros como a Califórnia, que por lei local autoriza o consumo terapêutico da maconha (a Califórnia fornece até carteira de identificação de usuário para evitar prisões), entenderam que a decisão da Corte Suprema era restrita e não implicava em declaração de inconstitucionalidade de específicas leis estaduais. Apenas o Alabama suspendeu a vigência da sua lei estadual, com base no decidido no caso Angel.
Com efeito, nos EUA onze estados-federados admitem o uso da maconha para efeitos terapêuticos, sob receita e controle médico.
Na semana passada, a Corte de Justiça do Estado da Califórnia foi chamada a se manifestar diante de representações de dois condados. Nas duas representações, em resumo, consignaram que os condados estavam a admitir o emprego terapêutico da marijuana, legítimo à luz da lei estadual, mas reprovado pela Corte Suprema dos EUA, sempre numa referência ao caso Angel.
Em face da provocação dos condados de San Diego e San Bernardino, a Corte de Justiça do estado da Califórnia, por unanimidade, decidiu que a Califórnia é livre para deliberar, segundo as próprias leis, se deve ou não punir os consumidores de maconha, que a utilizam para finalidade terapêutica. Em resumo, uma questão de saúde pública onde a autonomia do estado-federado não pode ser posta de lado.
FONTE:
http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=2469
terça-feira, 21 de outubro de 2008
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (foto), afirmou ontem que, apesar da crise financeira, o BC continuará cumprindo com as metas estabelecidas para inflação. A meta estabelecida para a inflação de 2008, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo. A informação é da Agência Brasil.
Em discurso realizado em São Paulo, na posse da diretoria da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), Meirelles disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá sua estratégia e avaliará os efeitos da crise para melhor se decidir sobre os juros.
“Engana-se quem vê uma manobra de estratégia na nossa atuação. Temos um compromisso com as metas de inflação. E é importante que a sociedade saiba disso ”, afirmou. De acordo com o presidente do BC, as decisões do Copom sobre a taxa de juros levam em conta as projeções de inflação e os riscos que a taxa pode trazer para a economia nacional.
A próxima reunião do Copom será realizada nos próximos dias 28 e 29. A taxa básica de juros (Selic) está, atualmente, em 13,75% ao ano.
Semanalmente, o BC elabora o boletim Focus, com estimativas de analistas do mercado sobre os principais indicadores da economia e, na publicação de ontem (20), a projeção dos analistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou de 6,20% para 6,23%. O IPCA é o índice oficial que mede a inflação.
Para 2009, os analistas mudaram a expectativa de inflação de 4,80% para 4,90%. A meta oficial de inflação para 2009 também é de 4,5%. Já as projeções dos analistas registradas pelo boletim Focus para a Selic é de que a taxa esteja, até o final deste ano, em 14,50%. No boletim anterior, a previsão era de 14,75%.
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Que leitura pode ser feita destas declarações marotas do presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles?
Esta leitura. Não importa a possível recessão econômico-produtiva mundial. Aqui no Brasil, as metas continuam sendo o combate à inflação. As medidas continuarão inspiradas em políticas monetaristas e ponto final. Keynes é um demônio que não pode ser invocado, jamais. Para o Banco Central nada – absolutamente nada – irá mudar a altíssima taxa básica de juros praticada no Brasil. Assim, o Banco Central do Brasil continuará na contramão das políticas salvacionistas implantadas por outros BC’s e por outros governos de economias centrais, como Europa e Japão.
Perseguir unicamente metas inflacionárias (em meio a uma ameaça recessiva mundial profunda e prolongada) com o remédio singular dos juros altos é a justificação mais cômoda para a reafirmação da hegemonia política e econômica do sistema financeiro no Brasil.
A insolência de Henrique Meirelles (É importante que a sociedade saiba disso!) é um recado direto para o centro de governo: a política é esta, e continuará sendo está, enquanto os bancos brasileiros quiserem que assim seja. Ponto final.
Fica cada vez mais claro que urge ao presidente Lula fazer valer a condição singular de sua altíssima popularidade retomando a soberania sobre a integralidade de seu governo, especialmente no que se refere à área econômico-financeira. Os bancos, enfraquecidos conjunturalmente no mundo inteiro, não podem fazer do Brasil uma ilha da fantasia em meio ao oceano de turbulências estruturais.
Soberania, já!
http://diariogauche.blogspot.com/2008/10/atrevido-meirelles-avisa-juros-no-cairo.html
O confronto entre PMs e integrantes de movimentos sociais, quinta-feira, na Praça da Matriz, em Porto Alegre, abriu mais feridas do que as produzidas por cassetetes, paus e pedras. O episódio expôs um desconforto dentro da Brigada Militar que há tempos angustia a tropa: a atuação do comandante-geral, coronel Paulo Roberto Mendes.
O estilo Mendes de se fazer presente e convocar veículos de imprensa para todos locais de ocorrências de vulto desde sua ascensão ao subcomando em janeiro de 2007, tem constrangido subalternos. Foi o que ocorreu na Praça da Matriz, quando Mendes interferiu diretamente na condução dos trabalhos.
– Ele fez o que se chama de quebra de canal de comando. Chegou dando ordens a capitães e soldados e ignorou o comando dos coronéis que vinham conduzindo a ação. Foi constrangedor – relata um oficial.
O texto continua no Sindicato dos Bancários de Porto Alegre.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
( TOQUE de MIDAS )
Ainda não se conhecem os motivos de Mercedes, mas espera-se que ela seja transparente ao anunciá-los. Pelo que a imprensa já apurou, uma das razõer da demissão seria a falta de interesse do governo com a sua pasta. Ainda sem confirmação, a frase de Mercedes teria sido a seguinte: "Não há interesse verdadeiro do governo em combater as irregularidades".
Criar a Secretaria de Transparência foi a saída encontrada por Yeda para justificar o gabinete de crise que ela inventara (e que a mídia engoliu sem crítica) como forma de gerar notícias positivas sobre seu governo que se via atolado em denúncias e práticas corruptas. O epicentro do terremoto que gerou o "gabinete" foi a conversa que o vice-governador Paulo Feijó manteve com o então Chefe da Casa Civil, César Busatto e cuja gravação foi exibida ao vivo para todo o Estado. A conversa revelava práticas de loteamento do governo em troca de apoio político e com o fim de arrecadar recursos para os partidos aliados.
Dias antes, a CPI do Detran já apresentara ao povo gaúcho uma conversa gravada pela Polícia Federal entre o ex-presidente do Detran nomeado por Yeda, Flavio Vaz Netto e pelo ex-diretor administrativo da Ceee, também cargo de confiança da governadora, Antônio Dorneu Maciel. No bate papo, Vaz Netto e Maciel dizem que o ex-secretário Geral de Governo, Delson Martini agia como uma espécie de leva e traz entre a quadrilha e Yeda. A investigação sobre a fraude do Detran já havia derrubado também outro secretário, Ariosto Culau, do Planejamento, que foi flagrado tomando um chopinho com o lobista-mor da quadrilha e amigo de Yeda, Lair Ferst.
Culau caiu, Busatto caiu. E Martini também caiu. Para o seu lugar, Yeda nomeou Mercedes Rodrigues. Ela saiu da Prefeitura de Fogaça com a missão de, no governo do Estado, agilizar a comunicação entre órgãos de controle e o Palácio Piratini e zelar pela transparência de todas as ações do Executivo. Não conseguiu. "Transparência não é o nosso forte", disse, em tom de brincadeira, um deputado da basa aliada de Yeda ao comentar a queda de mais um membro do primeiro escalão do governo. (Maneco)