( TOQUE de MIDAS )
Ainda não se conhecem os motivos de Mercedes, mas espera-se que ela seja transparente ao anunciá-los. Pelo que a imprensa já apurou, uma das razõer da demissão seria a falta de interesse do governo com a sua pasta. Ainda sem confirmação, a frase de Mercedes teria sido a seguinte: "Não há interesse verdadeiro do governo em combater as irregularidades".
Criar a Secretaria de Transparência foi a saída encontrada por Yeda para justificar o gabinete de crise que ela inventara (e que a mídia engoliu sem crítica) como forma de gerar notícias positivas sobre seu governo que se via atolado em denúncias e práticas corruptas. O epicentro do terremoto que gerou o "gabinete" foi a conversa que o vice-governador Paulo Feijó manteve com o então Chefe da Casa Civil, César Busatto e cuja gravação foi exibida ao vivo para todo o Estado. A conversa revelava práticas de loteamento do governo em troca de apoio político e com o fim de arrecadar recursos para os partidos aliados.
Dias antes, a CPI do Detran já apresentara ao povo gaúcho uma conversa gravada pela Polícia Federal entre o ex-presidente do Detran nomeado por Yeda, Flavio Vaz Netto e pelo ex-diretor administrativo da Ceee, também cargo de confiança da governadora, Antônio Dorneu Maciel. No bate papo, Vaz Netto e Maciel dizem que o ex-secretário Geral de Governo, Delson Martini agia como uma espécie de leva e traz entre a quadrilha e Yeda. A investigação sobre a fraude do Detran já havia derrubado também outro secretário, Ariosto Culau, do Planejamento, que foi flagrado tomando um chopinho com o lobista-mor da quadrilha e amigo de Yeda, Lair Ferst.
Culau caiu, Busatto caiu. E Martini também caiu. Para o seu lugar, Yeda nomeou Mercedes Rodrigues. Ela saiu da Prefeitura de Fogaça com a missão de, no governo do Estado, agilizar a comunicação entre órgãos de controle e o Palácio Piratini e zelar pela transparência de todas as ações do Executivo. Não conseguiu. "Transparência não é o nosso forte", disse, em tom de brincadeira, um deputado da basa aliada de Yeda ao comentar a queda de mais um membro do primeiro escalão do governo. (Maneco)
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