quinta-feira, 23 de outubro de 2008



A secretária estadual da Cultura, Mônica Leal (PP), disse hoje na audiência pública realizada na Assembléia Legislativa que não há uma crise no setor. Imagine se houvesse. A audiência foi marcada pela troca de acusações entre a secretária e a presidente do Conselho Estadual de Cultura, Mariângela Grando, e pela ausência de qualquer novidade no que diz respeito a algo que mereça o nome de política cultural. O deputado Ronaldo Zulke (PT) contestou a secretária dizendo que a crise é evidente e não se restringe aos problemas de gestão da LIC (Lei de Incentivo à Cultura, envolvendo ainda a falta de políticas públicas e de instrumentos de financiamento para o setor. “Estamos diante de uma crise de financiamento. O orçamento para o próximo ano destina apenas R$ 130 mil para investimentos na Cultura”, observou Zulke, destacando que outras secretarias, como Fazenda, Planejamento e Administração, contarão com R$ 18 milhões, R$ 3,5 milhões e R$ 6,9 milhões, respectivamente, para investir.

Mônica Leal admitiu que o orçamento é restrito e pediu ajuda aos deputados para aumentar os recursos. Mas a secretária não vem ajudando nem um pouco os deputados nesta tarefa. Em 2007, a oposição apresentou cinco emendas que aumentavam recursos para a Cultura. Todas foram rejeitadas pela base do governo, que tem maioria na Assembléia. Em nenhum momento, Mônica Leal veio a público defender as emendas e criticar sua rejeição.


Marco Aurélio Weissheimer

http://www.rsurgente.net/2008/10/para-secretria-no-h-crise-na-cultura.html

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