“É importante que a sociedade saiba disso” – alerta o maroto presidente do BC
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (foto), afirmou ontem que, apesar da crise financeira, o BC continuará cumprindo com as metas estabelecidas para inflação. A meta estabelecida para a inflação de 2008, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo. A informação é da Agência Brasil.
Em discurso realizado em São Paulo, na posse da diretoria da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), Meirelles disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá sua estratégia e avaliará os efeitos da crise para melhor se decidir sobre os juros.
“Engana-se quem vê uma manobra de estratégia na nossa atuação. Temos um compromisso com as metas de inflação. E é importante que a sociedade saiba disso ”, afirmou. De acordo com o presidente do BC, as decisões do Copom sobre a taxa de juros levam em conta as projeções de inflação e os riscos que a taxa pode trazer para a economia nacional.
A próxima reunião do Copom será realizada nos próximos dias 28 e 29. A taxa básica de juros (Selic) está, atualmente, em 13,75% ao ano.
Semanalmente, o BC elabora o boletim Focus, com estimativas de analistas do mercado sobre os principais indicadores da economia e, na publicação de ontem (20), a projeção dos analistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou de 6,20% para 6,23%. O IPCA é o índice oficial que mede a inflação.
Para 2009, os analistas mudaram a expectativa de inflação de 4,80% para 4,90%. A meta oficial de inflação para 2009 também é de 4,5%. Já as projeções dos analistas registradas pelo boletim Focus para a Selic é de que a taxa esteja, até o final deste ano, em 14,50%. No boletim anterior, a previsão era de 14,75%.
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Que leitura pode ser feita destas declarações marotas do presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles?
Esta leitura. Não importa a possível recessão econômico-produtiva mundial. Aqui no Brasil, as metas continuam sendo o combate à inflação. As medidas continuarão inspiradas em políticas monetaristas e ponto final. Keynes é um demônio que não pode ser invocado, jamais. Para o Banco Central nada – absolutamente nada – irá mudar a altíssima taxa básica de juros praticada no Brasil. Assim, o Banco Central do Brasil continuará na contramão das políticas salvacionistas implantadas por outros BC’s e por outros governos de economias centrais, como Europa e Japão.
Perseguir unicamente metas inflacionárias (em meio a uma ameaça recessiva mundial profunda e prolongada) com o remédio singular dos juros altos é a justificação mais cômoda para a reafirmação da hegemonia política e econômica do sistema financeiro no Brasil.
A insolência de Henrique Meirelles (É importante que a sociedade saiba disso!) é um recado direto para o centro de governo: a política é esta, e continuará sendo está, enquanto os bancos brasileiros quiserem que assim seja. Ponto final.
Fica cada vez mais claro que urge ao presidente Lula fazer valer a condição singular de sua altíssima popularidade retomando a soberania sobre a integralidade de seu governo, especialmente no que se refere à área econômico-financeira. Os bancos, enfraquecidos conjunturalmente no mundo inteiro, não podem fazer do Brasil uma ilha da fantasia em meio ao oceano de turbulências estruturais.
Soberania, já!
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (foto), afirmou ontem que, apesar da crise financeira, o BC continuará cumprindo com as metas estabelecidas para inflação. A meta estabelecida para a inflação de 2008, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,5%, podendo variar dois pontos percentuais para cima ou para baixo. A informação é da Agência Brasil.
Em discurso realizado em São Paulo, na posse da diretoria da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), Meirelles disse que o Comitê de Política Monetária (Copom) manterá sua estratégia e avaliará os efeitos da crise para melhor se decidir sobre os juros.
“Engana-se quem vê uma manobra de estratégia na nossa atuação. Temos um compromisso com as metas de inflação. E é importante que a sociedade saiba disso ”, afirmou. De acordo com o presidente do BC, as decisões do Copom sobre a taxa de juros levam em conta as projeções de inflação e os riscos que a taxa pode trazer para a economia nacional.
A próxima reunião do Copom será realizada nos próximos dias 28 e 29. A taxa básica de juros (Selic) está, atualmente, em 13,75% ao ano.
Semanalmente, o BC elabora o boletim Focus, com estimativas de analistas do mercado sobre os principais indicadores da economia e, na publicação de ontem (20), a projeção dos analistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano passou de 6,20% para 6,23%. O IPCA é o índice oficial que mede a inflação.
Para 2009, os analistas mudaram a expectativa de inflação de 4,80% para 4,90%. A meta oficial de inflação para 2009 também é de 4,5%. Já as projeções dos analistas registradas pelo boletim Focus para a Selic é de que a taxa esteja, até o final deste ano, em 14,50%. No boletim anterior, a previsão era de 14,75%.
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Que leitura pode ser feita destas declarações marotas do presidente do Banco Central do Brasil, Henrique Meirelles?
Esta leitura. Não importa a possível recessão econômico-produtiva mundial. Aqui no Brasil, as metas continuam sendo o combate à inflação. As medidas continuarão inspiradas em políticas monetaristas e ponto final. Keynes é um demônio que não pode ser invocado, jamais. Para o Banco Central nada – absolutamente nada – irá mudar a altíssima taxa básica de juros praticada no Brasil. Assim, o Banco Central do Brasil continuará na contramão das políticas salvacionistas implantadas por outros BC’s e por outros governos de economias centrais, como Europa e Japão.
Perseguir unicamente metas inflacionárias (em meio a uma ameaça recessiva mundial profunda e prolongada) com o remédio singular dos juros altos é a justificação mais cômoda para a reafirmação da hegemonia política e econômica do sistema financeiro no Brasil.
A insolência de Henrique Meirelles (É importante que a sociedade saiba disso!) é um recado direto para o centro de governo: a política é esta, e continuará sendo está, enquanto os bancos brasileiros quiserem que assim seja. Ponto final.
Fica cada vez mais claro que urge ao presidente Lula fazer valer a condição singular de sua altíssima popularidade retomando a soberania sobre a integralidade de seu governo, especialmente no que se refere à área econômico-financeira. Os bancos, enfraquecidos conjunturalmente no mundo inteiro, não podem fazer do Brasil uma ilha da fantasia em meio ao oceano de turbulências estruturais.
Soberania, já!
por Cristóvão Feil
http://diariogauche.blogspot.com/2008/10/atrevido-meirelles-avisa-juros-no-cairo.html
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